28.4.16

A vida a ser vivida e sem tempo para ser contada.

Olá a todos,
são quase 3 anos de ausência. Hoje em dia já somos 3 crianças ao invés de 3 bebés. Já ocupamos muito espaço, fazemos muito barulho e somos quase gente.

A Sofia tem agora 3 anos e é sem dúvida a mais comunicativa: se não está a falar, a chamar, a pedir atenção, está a cantar. Canta muito e a toda a hora. O facto de andar numa escola com educação católica faz com que a maioria das músicas que canta sejam desta mesma temática - ai se a tua avó Dea te ouvisse!!!
Perdeu há uns meses o carácter de "coitadinha, é a irmã pequenina e a ela permitimos-lhe tudo" e passou a levar na mesma medida que os outros. Se se zangam cá vai disto! Este simples facto veio agravar bastante o nível de exaustão desta família; já não há "pachorra" para ver miúdos a discutir!
É uma miúda muito ternurenta, que precisa muito da saia da mãe e que faz tudo por um colinho. Ela dá muito mimos e pede-os de volta; precisa mesmo! Quando se zanga amua e espera que alguém a reconforte com um abraço ou colo, enquanto isso não acontecer ela não "desamarra o burro".
Por outro lado ela é muito repetitiva: consegue estar 1h a repetir a mesma frase se a deixarmos. Teimosa até dizer chega! Conquista todos com o olhar e as caras ternurentas que faz mas também torce o nariz muitas vezes. Quando digo "torce o nariz" é mesmo real e não no sentido figurado; se tem o nariz torcido sai de baixo!
Nasceu para ser mãe!

O Tomás tem agora 5 anos acabados de fazer. Ele é o rapaz que não gosta de dançar e que quer jogar à bola e não tem com quem. Ele é muito carinhoso, também gosta muito do colo e dos mimos da mãe mas quando amarra o burro é complicado; o melhor é deixá-lo estar e esperar que passe. Se oferecermos um abraço ele tenta sempre negociá-lo com aquilo que efectivamente deu origem a briga inicial. Se nós não cedermos ele cede a custo porque gosta genuinamente do miminho que lhe oferecemos.
Ele parece ser um miúdo muito inteligente, que irá ter facilidade na aprendizagem. Tem sempre respostas prontas às perguntas que lhe fazemos ainda que não sejam exactamente para a sua idade. Quer sempre participar em tudo!
É um filho que aprende quando lhe ensinamos e quer aplicar o que aprendeu. É bem educado, sabe como estar, o que dizer e como fazer. Preocupa-se em ser o melhor para se destinguir; nisso sai ao pai.
Nasceu para ser perfeito!

A Inês tem agora 6 anos e é a mais lamechas de todas. Ela chora por tudo e por nada. É uma miúda ternurenta também mas mais insegura. Precisa de afirmar-se para se sentir feliz. Se elogiamos alguém ela tenta fazer igual para merecer também um elogio. É viciada em televisão, em desenhar e pintar e em fazer actividades com as mãos. Se tivesse de dizer hoje em dia qual o seu talento, diria sem dúvida que estava virada para as artes. Habitualmente calma e ponderada, de vez em quando dá-lhe forte e avaria! Já ameaçou fugir de casa, já mencionou que queria outros pais e tanto quanto parece já decidiu ser infeliz. Há pessoas assim e a Inês parece ser uma delas; sempre insatisfeita com a comida que tem à frente, com aquilo que tem para fazer, com o tempo que está lá fora, com a vida que lhe calhou!
À luz do que conhecemos dela parece ser uma miúda preguiçosa, com muita vontade de aprender mas nenhuma de estudar ou de ter obrigações. É a mais velha mas não quer ser crescida. Pede várias vezes para voltar a ser bebé.
Nasceu para sofrer!

A Sofia tem 12kg, o Tomás 16kg e a Inês 21kg. Todos magros mas muito saudáveis.

Como não sabemos daqui a quanto tempo voltamos a escrever, aqui fica o registo de Abril de 2016.

A mãe.